quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Direito ao Conto de Fadas.

Nós, meninas, nascemos em volta de histórias romanticas. Você, feminista metida a macho, pode até negar, mas quero ver dizer que nunca se pegou soltando um suspiro num filmezinho água com mel - ou seja lá qual for o nome!

Eu, pelo menos, sou muito cheia de nhenhenhê. Embora seja chata e irônica com boa parte da vida, não tenho como esconder minha sede por romance e pelo principe encantado que vai me levar para seu lindo castelo. Idiota? Talvez não.

Acontece que inevitavelmente todos nós fazemos planos nessa vida e um deles pode ser o de encontrar a tampa da nossa panela - a azeitona da nossa empada, o chinelo velho pro pé descalço... - e ir pro mundo viver uma vida sem estar debaixo das asas dos pais.

Particularmente, desde sempre eu imagino como seria o dia em que deixaria a casa dos meus pais para ter a minha própria vida - o que ainda não aconteceu - e, sinceramete, acredito que toda garota também imaginou como seria esse momento, esta transição. Mas e aí: como fica se nessa transição não aconteça... nada?

Não digo "nada-nada", mas nada de especial. Okay, vamos por partes: "porquê eu estou dizendo tudo isso?". Vou explicar. 

No Natal, fui para a casa de uma prima em Caxias e a família toda se reuniu. Meu primo, filho da anfitriã, se "juntou" com a namorada/mulher e hoje eles têm um filho (não sei a ordem: se juntaram e tiveram filho ou tiveram filho e se juntaram). Papo vai papo vem, eu digo brincando "credo, é por isso que eu não quero casar!". Aí, esse meu primo me vira e fala: "Ih, minha filha, quando você for ver, já tá com pé TÃO enfiado na jaca que não tem mais volta!" e ri. Aliás, todos riem. Menos eu. (e agora até você ri, né?!)

É sério, gente. Esse é o 4° primo que "casa". 4° primo que anos atrás estava me carregando na "carcunda", me levando pra tomar sorvete ou me jogando de roupa na piscina. E hoje tá casado. CA-SA-DO! 
Não fico chocada pelo fato dos meus primos mais velhos terem constituído família e tudo mais, mas eu tô chocada por não ter percebido que isso tava acontecendo! Eu não me lembro de ter comprado um vestido novo para ir à cerimônia e festa de nenhum deles - exceto o Marcio que se casou no civil. O único!

O negócio é que eu não quero que seja assim comigo. Sei que não se deve cuspir pro alto porque pode cair na testa, mas eu só tô dizendo do que eu não quero! Não quero piscar e me ver "morando junto". Não quero ir pros fundos da casa de parente. Não quero ão poder sair com o meu "marido" porque tenho que cuidar do meu bebê. Não assim, de uma hora pra outra.

Não sou muito de planejar, muito menos de seguir planos, mas ficaria muito feliz se as coisas acontecessem de forma clara e lenta. Fico imaginando se as mulheres dos meus primos - e até uma prima de sangue - não se sentem decepcionadas. Digo, elas não tiveram um lindo vestido de noiva e um delicioso bolo de casamento; tampouco foram curtir maravilhosos dias de viagem ao lado do amado sem preocupações. Não me entendam mal: não estou dizendo que elas não são felizes, nem que eu também não seria. Acontece que, né, poderia ser melhor, mais prazeiroso.

Eu quero meu conto de fadas. Quero ter a minha vida de jovem ao lado de quem amo, sem as restrições da casa paterna. Quero ser dona do meu nariz... Deve ser bem ruim não aproveitar os dias de recém casados da maneira certa: com a cabeça, o corpo e a alma livres. Deve ser bem ruim ver estes dias chegarem e passarem tão rápido que nem dá tempo de curtí-los, de celebrá-los. Se ver casada, mas não poder dizer "enfim sós".

#eusouassim

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Déh