segunda-feira, 14 de novembro de 2011

domingo, 9 de outubro de 2011

das coisas que eu não entendo - 265° parte

De boa, gente. Não é que eu seja muito (eu disse Muito!) idiota, mas existem algumas coisas que eu simplesmente não consigo assimilar. E não é por falta de tentativa, porque Deus é testemunha das minhas infindáveis reflexões acerca dos complexos questionamentos da vida (caraca, falei bonito!).

E minhas maiores dúvidas não dizem respeito aos temas "existe vida após a morte, como acabar com a fome na Somália ou quem derramou o leite". São coisas corriqueiras, com a qual cruzamos diariamente e parecem servir somente pra isso: pra nos fazer não entender! Entende? Vou contextualizar.
TODA VEZ que eu caminho pelo calçadão de Nova Iguaçu sou "incomodada" por alguém que sempre me estende um cartãozinho e fala "ótica?". A minha resposta sempre é a mesma ("não"), mas na verdade, bem no íntimo do meu ser, todos os nervos do meu corpo GRITAM o seguinte: "moço, olha bem pro meu rosto. Tá vendo isso aqui nos meus olhos? Sim, são ó-cu-los! Eu já tenho ó-cu-los! E eu acho que, se eu quisesse fazer novos, eu já teria ideia de onde fazer, né?". Gente, fala pra mim, mas fala de coração: tô muito errada? Só eu penso que certas coisas são absurdamente sem noção?

Outra coisa que eu não entendo e que também povoa o Centro de New Iguaçu: existe muita gente fazendo panfletagem de tudo, mas há em especial uma mulher simplesinha, com um dentinho faltando na fente e o resto bem tortinhos. Como eu sei disso? Simples: ela fala "DENTISTA - ORÇAMENTO GRÁTIS?"!!! Porra, véi! Como eu vou confiar num dentista que põe uma mulher banguela pra fazer propaganda no calçadão, carambolas?! Me responde! Pelo amor de Deus, alguém me explica isso porque eu-não-entendo!


Pera, deixa eu me acalmar porque eu tô ficando nervosa aqui... (respira fundo). Ok, vamos lá.

Assim como as pérolas da ótica e do dentista (cacete, essa foi demais.. ainda tô indignada!), existem também outras que me tiram o sono, como é o caso do "Empréstimo?". A pessoa tá debaixo do sol, suada, visivelmente cansada, com cara de "tenho que pagar a conta de luz" fazendo propaganda de EMPRÉSTIMO?! Ah, gente! Se o tal empréstimo fosse tão bom, tão fácil e tão cheio de "benefícios" como diz, a pessoa não estaria ali, ou estaria? Juro que essa não é uma pergunta retórica. Tô querendo muito entender mesmo.
Igual professor de cursinho. O cara te prepara pra um concurso boladão, onde, se você passar, ganhará oito mil por mês, mais transporte, alimentação, refeição, auxílio palitó, auxílio happy hour e o caralho. Mas péra: se ele sabe tudo, se ele conhece o concurso, se ele acredita que seus conhecimentos são suficientes pra fazer alguém passar, porque ele próprio não presta o tal concurso e pára de ganhar aquela miséria que é o salário de professor?

Ih, sei não... Confia em gente assim? Eu não confio. Na verdade eu não confio em muita coisa, não. Não que eu seja uma pessoa desacreditada, mas é que tem cada coisa que me deixa de boca aberta nesse mundo...

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Como nos velhos domingos

Da minha infância tenho inúmeras memórias boas, dentre elas, os domingos. Ter meus pais em casa era meu maior deleite da semana. Passava os dias assistindo TV em casa ou brincando com as outras dezenas de crianças na rua, o que me fazia suficientemente feliz, mas não via a hora de acordar e perceber que era domingo, dia de meus pais não trabalharem.

Íamos juntos à padaria, onde meu pai pedia pão, mortadela e um habitual Kinder Ovo para mim. Semanalmente, eu ganhava mais um brinquedinho inútil e de cunho completamente colecionável para enfeitar meu quarto ou se perder em meio a tantas outras quinquilharias de criança.
Haviam também as feiras. Ainda consigo ouvir o barulho da rodinha cambaleante do carrinho de ferro dobrável que minha mãe puxava ao lado de minha vó. Passeávamos pra cima e pra baixo pelas ruas de Morro Agudo com compras de legumes e frutas individualmente provadas nas bancas. Gostava das uvas. Provava uma a uma, sem deixar faltar nenhum tipo diferente. As laranjas, sempre bem amarelinhas cortadas em quatro partes, se exibiam para mim, convidando-me a conhecer mais uma vez seu sabor antes que minha mãe pedisse uma dúzia delas ao vendedor. Quanto à melancia, era figurinha carimbada em nossos carrinhos, nem que fosse apenas a metade. Os pastéis de carne acompanhados de gelados caldos de cana eram meu café da manhã nesses dias.

As ruas, sempre completamente lotadas, eram palco para brigas entre pedestres, ciclistas e motoristas, que lutavam ferozmente por espaço. Junto à eles, estavam os vendedores de caranguejo, peixes e brinquedos baratos que meu pai comprava sorrindo após minhas enormes insistências. No entanto, nenhum pequeno agrado paterno se comparava ao excepcional sorvete feito por uma máquina velha que ficava num cantinho da principal rua do bairro, comandada por um senhor ruivo e calvo.

Era uma grande geringonça de metal, com garrafas de vidro emborcadas para baixo com refrescos artificiais, fixas em ambas laterais da máquina. Era só escolher o sabor e em segundos o sorvete era cuspido cremoso e graciosamente, em meio à barulhos e espasmos da velha sorveteira. A colherinha de madeira, típica de sorvete, era o toque final daquela pequena obra de arte que não levava nenhuma gota de leite em sua composição, mas sua beleza era semelhante a algodão-doce derretido. 

Hoje eu encontrei uma dessas máquinas. Obviamente pedi um sorvete de morango, meu sabor preferido desde os velhos tempos. Enquanto observei-o sendo feito, as memórias que explodiram dentro de mim, tranportaram-me por um momento para as manhãs ensolaradas de meus domingos infantis e maravilhosos.  Olhar para o operador daquela máquina amarela e vê-lo segurar o copo de plástico a espera do meu sorvete que caía lentamente, me fez sentir como se tivesse 6 anos outra vez. Mas não tenho.

Quando ele me entregou o sorvete e eu o provei, percebi que seu sabor nem era tão bom assim. Talvez com o passar dos anos meu paladar perdeu a sensibilidade para doces típicamente infantis. Mas sinceramente não importa se era o sorvete sabor "ki-suco de morango" que ele me vendera era bom ou não. Quando a colher - de plástico, infelizmente - transportou-o para dentro de minha boca, só senti o sabor das lembranças.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

E lá vamos nós!


Lembram dessa bruxinha do Pica-Pau? Nossa, que nostálgico!

A minha infância inteira foi permeada por maravilhosos desenhos animados que coloriam as tardes em que eu era proibida pela minha vó de sair de casa. Ir brincar na rua de barro seco era minha atividade preferida, mas eu a substituía com gosto pelas animações que o SBT exibia.

Existem episódios incríveis que nunca saíram da minha cabeça. Eles simplesmente serviram como exemplos em muitos aspectos da minha vida e eu chego a acreditar que quem diz que na TV não passa de nada de construtivo não sabe o que ta dizendo! rs. 

Com os desenhos animados que eu assisti, depois de chegar da escola e comer bolinho de chuva bebendo Nescau, aprendi lições que carrego sutilmente comigo pro resto da vida. Uma delas é essa daí, da bruxinha. "E lá vamos nós!".

Sinceramente eu não me lembro do episódio inteiro, não. Só sei que no final das contas existe essa chatinha aí que não desistiu até achar sua vassourinha mágica. Ela paga sua moedinha ao Pica-Pau (eu acho que é assim, rs), pega uma vassourinha num grande estoque, "monta" sobre ela, arrasta seu pezinho e diz em alto e bom som a célebre frase que você já deve ter repetido pelo menos uma vez na vida.

Lembro de achar o episódio até meio chato, devido a enorme insistência da personagem e da grande repetição do "e lá vamos nós". Ela simplesmente não se cansa. Vassoura após vassoura, a velha bruxinha segue tentando, com a certeza que uma hora irá achar aquela que tanto procura.

Sua vassoura não era simplesmente uma composta pelos típicos cabo e palha. Sua vassoura a fazia voar, exatamente como devem ser as vassouras das bruxas. E no meio de tantas outras vassouras que se misturavam entre si, nada a fazia desistir de encontrar aquela que era feita para ela, que atendia quando ela gritava "e lá vamos nós".

No final das contas, eu não consigo lembrar se ela encontra sua vassourinha no episódio ou o que quer que seja. Na verdade isso pouco importa. E daí se ela passou a eternidade repetindo sua fala, arrastando o pé enquanto se agarrava a uma nova vassoura, acreditando que dessa vez voaria? Isso tanto faz. Ela merece respeito porque não desistiu e é isso que me marcou tanto. Não há como não se inspirar com tamanho exemplo de persistência. 

A gente precisa aprender com tipos como o dela, que não param quando percebem que "não foi dessa vez". Precisamos aprender a acreditar que existe por aí, no meio de um tumultuoso estoque de vassouras, aquela que é feita para cada um de nós. E não há problema em experimentar cada uma delas, desde que tenhamos sempre a mesma disposição ao soltar o comando e esperar pra ver se dessa vez vamos alçar voo. 

E se não voarmos - tudo bem! Vamos torcer para que hajam novas vassouras e muita disposição para tentarmos outra vez. Mas tenhamos pressa, pois pelo o que ouvi dos passáros e das bruxas, voar é bem divertido. Então? "E lá vamos nós"?



domingo, 4 de setembro de 2011

Parece fácil, mas é difícil

É tão fácil julgar os outros, né? Olhar pro lado e apontar o dedo na direção de outra pessoa é uma tarefa mole de se cumprir, ainda mais se você não souber nada sobre ela. Difícil é procurar entender, compreender todo o contexto, analisar o conteúdo, indo bem além do superficial. Mais difícil ainda: se colocar no lugar do julgado

Engraçado falar assim. "Julgado". Vamos abandonar o politicamente correto, chutar nossas hipocrisias e admitir que sim, mesmo não querendo, julgamos as pessoas. O tempo todo, diga-se de passagem. Não adianta dizer que "nããão, eu não julgo ninguém" que é mentira - julga sim! Eu julgo. Sou humana cheia de erros e falhas. Por favor, não me faça sentir que sou a única má desse conto de fadas tortuoso.

Mas como disse, contar a história a partir de um ângulo é moleza. Basta arrumar um cúmplice disposto a se render à alguns minutos (ou horas) de papo-furado (ou fofoca...), um assunto (no caso, um alguém) e algumas pedras nas mãos para que o serviço seja completo (olha eu aqui, julgando quem julga também. rs).


Na universidade eu aprendi com uma professora que não dá pra escrever uma reportagem com um único entrevistado. É preciso ter fontes confiáveis, personagens interessantes e que apresentem pontos de vistas minimamente diferentes ou que reforcem a fala do personagem anterior. Vamos trazer isso pro nosso dia-a-dia, independente de nossas graduações, que tal?

Acho que tô dando voltas pra falar algo que na verdade eu ainda não sei expressar. Vamos lá: me sinto julgada. E eu odeio ser julgada sem uma defesa. Pff! Vamos assumir: quando damos a oportunidade da pessoa na berlinda se defender, né?

De uma coisa eu sei: a juíza do meu caso sou eu mesma. Não importa o que pensam, o que falam ou o quão bruxa má do leste o mundo acredita que eu seja. Eu tô é dando mole deixando-me abater com opiniões alheias. Mas também existe um lado positivo: ao passar por essa "triagem" eu percebo que as pessoas com que eu mais me importo conseguiram fazer uma boa leitura da minha história e me compreendem. E além disso: me respeita e apoiam.

É triste perceber que existem olhos que me fuzilam, pedras que me acertam e palavras que, mesmo eu não ouvindo, me cortam. Mas quem me julga tem seu direito. Quem me condena, pode não me conhecer.

Precisamos abrir nossas mentes para um sem-número de aspectos da "sociedade moderna", mas quando o assunto é a vida de outra pessoa, rapidamente nos debruçamos sobre a janela, cruzamos os braços e começamos a destilar palavrinhas afiadas como bem faziam as guardiãs das fofocas de novela de época. 

Ok. Vão em frente: estou de braços abertos esperando cada uma das unhadas que estão por vir. Fiquem a vontade. Saibam que eu posso - e certamente, vou - chorar, mas eu conheço a minha história. Só Deus sabe quem eu realmente sou - e tenho fé que um dia ele me conte - e o que há dentro de mim. Estão todos livres para olhar meus lençóis no jardim através de janelas cujos vidros estão sujos. Eu sei como eu os lavei. Sei por que os escolhi e por que me envolvo com eles.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Pra quê homem?

- Nando, vai embora não! Me faz companhia enquanto pinto as unhas.
- Mas eu preciso ir emb...
- Não! É superrápido!
- Tá...
- Olha, que esmalte você acha legal? Tenho o Hippie Chic, o Invejável, o Café Italiano, o Jeans e o Rosa Antigo. Adoro essas cores da Colorama!
- Ah... esse Jeans é bonito...
- NÃO! Estava com ele outro dia mesmo. Escolhe outro.
- Então esse...
- O Rosa Antigo também não! Gosto muito, mas é outro que sempre uso.
- O Café Italiano! Esse é bem bonito!
- Café? Amanhã eu vou ao circo! Como eu vou aparecer lá com uma unha tão séria? O que o palhaço vai pensar de mim? Não, Café Italiano não...
- Aff! Então...
- Ah, vou pintar com o Hippie Chic mesmo!
- PORRA, PRA QUE VOCÊ PEDIU MINHA OPINIÃO SE JÁ SABIA COM QUAL PINTAR? PRA VER SE EU ADIVINHO SEU PENSAMENTO?!
- hahahahaha é...

Ah, gente, vamos combinar, né? Pra quê a opinião de homem?

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

No final das contas nós não temos sequer o direito de exigir nada de ninguém. O máximo que podemos fazer é deixar que as pessoas nos dê aquilo que merecemos receber.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Dieta djá!


CALMA, GALERA! Antes que algum engraçadinho faça o célebre comentário sobre dieta para uma pessoa magra como eu, explico logo que minha dieta tem a ver com fechar a boca sim, mas é um pouco diferente.

Como já ficou claro, não tenho problemas com comida, com o que "entra" (oooooooolha, rs) em mim. Meu problema é o que sai. Essa minha carinha de "boneca", delicadinha e cheia frescurete na verdade esconde um pedreiro grosso que só sabe falar merda. Eita... olha o problema aí.

Isso mesmo, pessoal: palavrão. É foda...
Sou muito desbocada. Falo palavrão com muita naturalidade, sem pensar. Ela já está inerente ao meu vocabulário, é como se fossem "vírgulas ou pontos de exclamações" de minhas frases, como bem dizia aquela dupla de humoristas.

A verdade é que eu não costumo achar palavrões falta de educação ou mesmo ofensas. Obviamente, eles são em determinadas ocasiões. Raramente você me verá falando palavrões e/ou xingando alguém enquanto estou no meio de uma discussão séria. Isso só acontece quando eu estou realmente muito irritada e mesmo assim só saem palavrões "leves" como "foda-se" (não para a pessoa).

Palavrão, pra mim, é força de expressão, espontaneidade. A gente tropeça e fala um palvrão. A gente vê uma coisa muito maneira na rua e fala um palavrão. A gente se depara com alguma coisa muito ruim e fala palavrão. A gente se assusta e fala palavrão. Tem palavrão pra tudo, ora bolas! Eu até penso palavrão. "Que fulha da puta bonita!" ou "Caralho, tô muito fodida...". E é tudo, como disse, natural.

Mas eu exagero. O fato de eu achar comum e banal não quer dizer que o resto da sociedade também acha um "puta que pariu" comum e banal. Até porque ele não é, eu é que naturalizo muito isso tudo. 
E além disso, também acabo sendo um exemplo ruim a ser seguido. 

Quando eu conheci o Giuseppe, ele não falava palavrão. Quando terminamos, a boca dele já tava mais suja que banheiro da Central. rs A Hosana também. Ela não tem exemplos palavrudos em casa - eu tenho! Minha vó sempre soltou um ou outro por aqui, rs. Véia safada! -, mas fala uns palavrões bem "feinhos" para uma mocinha que, certamente aprendeu comigo. Não que ela seja influenciável, mas eu digo palavrões de maneiras despretenciosas, quase cômicas. Eles compõem minhas frases, ajudando a preencher lacunas e dar ênfase. Nada demais. Não é de se estranhar que alguém perceba essa "casualidade verbal" e a insira em seu próprio vocabuilário.

O foda (!!!) é que meu irmão caçula, de 12 anos, vai pelo mesmo caminho que eu. Nada contra, afinal, o que eu posso dizer? Só complica porque ele não tem discernimento suficiente para entender que quando se fala um palavrão sem pudores como eu, é necessário saber quem está a sua volta, afinal, não são todos que aprovam esse tipo de comportamento. Entretanto, o mais importante é reconhecer a hora de falar. Soltar um "vai tomar no cu" enquanto se está numa conversa informal e relaxa com amigos, é diferente de mandar alguém tomar no cu quando se está no meio de uma briga séria. E ele não sabe disso ainda. 

É complicaodo e demorado fazê-lo entender, mas um dia a gente chega lá. MAs por via das dúvidas, vou fazer uma dietinha, afinal, não preciso falar tantos palavrões assim. Assusta as pessoas, me deixa feia aos olhos de pessoas que quero que me vejam bonita. Infelizmente, por vezes, me tira o respeito e isso não é nem um pouco agradável, não é mesmo?

Então vamos lá? Vamos prestar atenção ao que eu falo, escrevo e até mesmo penso, porque de nada adianta segurar no último milésimo de segundo um "cacete" e pensar coisas piores. Nossas palavras começam dentro de nossas cabeças, poxa vida. Dizê-las é apenas o final do processo, a última e irreversível parte. Quero não só uma boca menos suja, mas uma mente também mais limpinha.


quinta-feira, 11 de agosto de 2011

O café

"Naquela manhã, o café era quente e os pães, macios. As velhas vidraças permaneciam embaçadas e os beirais de suas janelas ainda guardavam a poeira que insistia em fazer morada naquele ambiente tão distinto. Os bules eram lustrosos em cerâmica de cores e tamanhos variados, despretenciosamente dispostos sobre a gelada mesa de mármore que, por sua vez, fazia trio com duas velhas cadeiras de madeira maciça. Nada mudou depois da manhã de uma data já esquecida, quando a primeira xícara de café fora servida. Tudo está como era desde o princípio. A decoração se mantinha da mesma forma que o dono, um snehor cuja história pouco se sabe, um dia idealizou. Ou não. Talvez cada item que compunha aquele cenário fora alocado de maneira desproposital e ingênua.
 
No interior da loja, o espaço ainda era tomado pela sonolência e preguiça das primeiras horas do dia de todos que a visitavam religiosamente para dejejuar. Naquela pequena constução de poucos metros quadrados, o abajour, herança de não se sabe quem ao pouco afamado proprietário do lugar, se funde às mesmas luzes que emanam de cada cliente. Discretamente, toma seu lugar num canto qualquer para dar um pouco de cor de vivacidade às conversas despretenciosas. É certamente ali que se encontram as moças solteiras à procura de rapazes e casais fadados á rotina diária de sentarem frente um ao outro e conversarem sobre o nada. repetidamente, dia após dia, como se fosse a pintura em um velho quadro."


Texto produzido na oficina "O Escritor Como Guia" com a escritora Tatiana Salen Levy. A atividade era escrever um texto que iniciasse um romance, baseado em um quadro. Saiu isso aí. rs
São João de Meriti, 10 de agosto de 2011
Por Jéssica Oliveira

quarta-feira, 27 de julho de 2011

A confiabilidade do horóscopo


Como boa cristã que sou, vejo meu HORÓSCOPO diariamente. É uma sem-vergonhice só, eu sei.
Daí que hoje, mais que em qualquer outro dia, o horóscopo para pessoas de touro (eu!) me chamou muita atenção.

Costumo sempre visitar dois sites para ver o que os astros reservam para mim: UOL e Capricho (o design deles é lindo! Adoro aquele tourinho roxo).

Hoje o horóscopo da UOL foi categórico e já chegou me colocando mais pra baixo do que eu já estou:


"Importante lidar com paciência com seu orçamento e manter a cabeça fria com dinheiro em geral. Adie decisões que possam comprometer sua segurança material. Escolha o alvo e as palavras com seus clientes, parceiros e amigos. Amor em baixa."

Poooorra! Começar o dia com o aviso prévio de que tô com o amor em baixa é ou não é bom demais?

Agora se liga no que diz o site da Capricho:


"Este é um ótimo momento para ir às compras, taurina. Você está com uma lábia daquelas e será capaz de fazer altos negócios, pechinchar horrores e conseguir descontos incríveis. No amor, a palavra de ordem é comunicação. Expresse seus sentimentos! Nas amizades, cuidado com pessoas fofoqueiras, fique de olho. Para curtir sua última semana de férias, gaste um pouquinho de dinheiro!"

Gastar um pouquinho de dinheiro? Qual dinheiro?! Alguém avisa pra eles que estamos no final do mês, por favor?! E se prestarem atenção, vão ver que o horóscopo da UOL diz justamente o contrário quando o assunto é grana.

Astros, seus lindos, resolvam-se!!!

E agora José?

Cadê aquele silêncio pra nos fazer pensar quando a gente precisa dele?
E não me refiro ao "silêncio no recinto", não. Tô falando do calar interior, que me faz ouvir a mim mesma.  Cadê? Cadê que meus pensamentos colaboram e resolvem andar no mesmo passo que meu coração?

Acho que preciso ficar um pouco sozinha. Contemplando a minha própria companhia.

terça-feira, 26 de julho de 2011

O prazer de comer

Sem trocadilhos, hein. rs 

Ah, gente, vamos combinar? Comer é muito bom!
Eu sou uma alegre comilona de marca maior, mas infelizmente não sou boa na cozinha; só entro pra lavar a louça - e pra comer, obviamente.

Daí que outro dia eu tava comentando com um amigo que existem comidas que fazem mal ao corpo, mas superfazem bem à alma. E não, não estou falando de luz e água porque não sou nenhuma planta monja. Tô falando de comer besteira e não vou nem entrar no mérito de citá-las porque, com certeza, você sabe bem do que eu tô falando.

Nessas férias eu resolvi ler "Comer, Rezar, Amar" para me desintoxicar. Não tava aguentando mais ler aqueles textos acadêmicos chatérrimos da faculdade para fazer prova, trabalhos, seminários... Ai! Peguei o livro emprestado com uma amiga e estou me deliciando com cada palavrinha daquele diário muito bem escrito sobre "a busca de uma mulher por todas as coisas da vida". A começar pelo prazer que só a culinária pode lhe oferecer.

Okay, não sou nenhuma Edu Guedes, toda trabalhada em pratos finos e receitas megaelaboradas. Pra mim, um feijãozinho bem temperado já me ganha. rs Uma vez me disseram que eu na gastronomia sou uma "pedreira", como qualquer coisa felizona. E é sério! Comida não precisa ter nome francês, ingredientes do sul da Itália e temperos do interior da Mongólia. Comida tem que ser simplesmente gostosa, que me faça soltar um "hummmm" na primeira garfada e pense no quão alegres e bem-vindas são calorias que estou ingerindo.

No livro, a escritora-personagem conta que estava passando por um período muito difícil, então largou tudo e foi morar na Itália em busca do prazer e da auto-estima (estou sendo sucinta). Ela encontrou essas duas coisinhas através do belíssimo idioma e da maravilhosa culinária. O que prova a nossa teoria (hãm?) de que comida resolve tudo! A própria afirma ter engordado os 11Kg mais felizes de sua vida, 11Kg de puro prazer!

Definitivamente comer é uma atividade muito prazeirosa. Fico com dó da galera que precisa seguir dietas para emagrecer e tal. Deve ser péssimo ter que calcular cada caloriasinha comida, sempre atento às informações nutricionais. Eu não quero saber das informações nutricionais! Não quero saber se tem mais gorduras e carboidratos num lindo prato de macarronada do que eu posso comer. Foda-se se o refrigerante vai deixar minha bunda branca cheia de celulites (okay, apaga essa parte aí. Exagerei bonito! Celulite não! rs).