domingo, 14 de novembro de 2010

Visão é tudo?

Não. Visão é apenas uma parte. Mais precisamente 20% se contarmos os outros quatro sentidos.
Agora há pouco estava assitindo TV e passou um comercial (que inusitado! Eu estou falando sobre propaganda!) sobre as Lentes Transitions e a garota propagana - que inclusive é uma atriz muito famosa, pena que eu esqueci como se chama - fala um monte sobre os benefícios que as tais lentes trazem ao usuário e finaliza dizendo "visão é tudo". A verdade é que eu só ouvi essa parte - porque eu particularmente acho esse comercial um saco, embora nunca o tinha percebido dessa forma - e então discordei: visão é apenas uma parte, um complemento. Fundamental, mas não tudo.

Quem me conhece sabe que visão não é meu forte. Passou de um metro e meio eu não enxergo direito. Mas isso me empede de viver? Não, né. O mundo tá assim de deficiente visual que anda bem por aí alegre e feliz, assim como surdos que também vivem tão bem quanto qualquer outra pessoa, oras.

Mas a questão é que essa: tenta só olhar. Só olhando um perfume você vai descobrir sua fragância? Não né; tem que cheirar. Agora tenta ficar encarando um rádio como se não houvesse amanhã. Você pode explodir o globo ocular que ele não vai te "mostrar" nada; tem que ouvir. Tenta só olhar um prato de comida pra ver se o sabor é bom. Nada vai funcionar, porque você tem que degustá-lo. E ficar só olhando um corpo nu incrivelmente lindo à sua frente? Vai fazer você sentir prazer? Óbvio que não. Tem que sentir, tem que tocar.

Visão não é tudo, por isso eu digo. Assim como nada sozinho é tudo. Tudo é tudo. Tudo é o composto, o completo. Se você ama uma pessoa loucamente e diz que ela é tudo, na verdade você está dizendo que ama tudo o que ela tem: a personalidade, o carinho, a vontade de viver, as manias, os defeitos, enfim. Os aspectos que a forma é que cria o tudo. Parece redundante, eu sei, mas o que quero dizer é que apenas uma coisa é muito vaga. Um único aspecto apenas fala sobre si, não sobre os demais que existem.

Eu acreditando que os cinco sentidos se completam e, assim, forma um tudo. Não tem graça olhar um objeto. Você quer tocá-lo, chegá-lo perto da orelha e sacudí-lo, sentir um possível cheiro - agora, lambê-lo é uma opção sua. Não tem graça um beijo sem toque, sem sentir o perfume do outro corpo, sem ouvir o coração bater forte, apenas sentir o sabor da outra boca. O bom é unir tudo. Aliás, quase tudo, porque se pensarmos melhor, veremos que fechamos os olhos para nada ver. Tentar olhar pra dentro, ou pro nada. Deixar que o resto do corpo, junto com a imaginação, descubram, finalmente, tudo o que há.

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Déh