terça-feira, 24 de novembro de 2009

Busão

Tava cansada, num ônibus lotado, distante de um amigo que eu não via há muito tempo. "Quer sentar colega?", me perguntaram. -Ah, se você não for sentar, eu aceito- respondi com um sorriso grato.
Pra quê? Eram quatro meninas e três meninos. Estávamos nos cinco últimos bancos do ônibus. Eu no meio, os meninos sentados a minha volta e elas, mais foguentas, de pé.
Era uma gritaria, um esbarra-esbarra... um inferno! Queria me levantar e abandonar aquele lugar mas minhas perninhas magras e exaustas não obedeceram. Fiquei.
Olha, minha gente, foi bem difícil, mas depois eu até que me diverti ouvindo o papo da turma de "pré adolescentes".
Descobri que:
# A Priscila (ouvi o nome) tava toda se querendo para os meninos, de blusa do CIEP dobrada mostrando a barriga morena, louca pra dar (perdi completamente a educação... Nojo de mim.);
# Uma das meninas tinha comprado uma bolsa em formato de cachorrinho neste sábado;
# Um tal de Pimenta era um garoto semi-deus de tão perfeito;
# Quando uma delas, a mais escandalosa, foi na casa de uma amiga pela primeira vez, o pai dela a beijou na boca;
# Um dos meninos não teve o menor pudor de jogar uma garrafinha de refrigerante pela janela do ônibus;
# Que o namorado de uma delas era "boladão" SIC e que queria meter a porrada em um garoto que -segundo a própria- ela defendia mais que a alma;
# E o pior: desobri que a minha teoria de que todo pagodeiro/fanqueiro tem que ter um Sony Ericson pra ouvir música bem alta em um meio de transporte público.

Me segurei para não rir e, em alguns momentos, para não matar ninguém. Eu sei que não posso falar nada, mas um colega meu estava certo quando disse que coletivo de pobre é ônibus.
Ô, meio ambiente, tá difícil de resistir...

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Déh