domingo, 9 de janeiro de 2011

Lembrancinhas do verão

Eu lembro com muito gosto dos meus infantis verões. É engraçado como a estação mais feliz dos meus tempos de criança é alvo das minhas maiores reclamações hoje em dia. 

Quando eu era pequena, acordava sedenta por sol forte e a água cristalina da minha piscina de plástico que minha mãe comprava para eu me entreter e dar um pouco de sossego à minha vó, que não aguentava ter que ficar berrando na rua "porque a Jéssica era um terror!". Acordava, mal tomava um Nescau e pulava direto naquela água maravilhosa, que projetava sombras de ondas no muro de meu quintal. Às vezes alguma coleguinha ia me visitar, mas eu gostava mesmo era de brincar sozinha, com as minhas panelinhas - e em algumas ocasiões, com as da minha mãe -, meus brinquedinhos de piscina e até mesmo com roupas velhas. Ah, como eu tinha imaginação! Isso mostra como desde pequena eu  gosto de me virar sozinha, sem ter que dividir as minhas ideias e ter que me submeter à vontade dos outros - coisa que eu venho mudando, graças à Deus!

Lembro, ainda, do meu sentimento de desalento quando chovia em algum afinal de semana e eu ficava à toa, sem nada pra fazer.
Mas isso mudou. Hoje eu prefiro o inverno.Não gosto desse calor, desse sol forte na minha moleira, me fazendo suar feito uma porca... prefiro o conforto de meus casacos em tardes de inverno, embora de vez em nunca eu curta pegar uma praia e dar um mergulho na piscina.

Eu acho que essa mudança de gostos se deu ao fato de eu ter começado a estudar em escola pública, e as minhas tardes na piscina deram lugar às viagens de ônibus em pleno meio-dia. Aí não era fácil: calça jeans e busão lotado. Combinação aterrorizadora! Não via a hora do inverno chegar...

É engraçado como a gente muda, né? Quem nós fomos um dia, já não somos mais. Nossos gostos, manias e hábitos mudaram com o passar do tempo. Hoje, eu não sou mais a menininha que adorava nadar na minha piscininha de 2 mil litros, imaginando ser uma sereia no oceano. Pra mim, uma sala com ar condicionado é bem mais convidativa, me rendendo raramente à minha antiga atividade de verão.

O que eu serei daqui a uns anos?

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Déh