sábado, 13 de março de 2010

Eles nunca me enganaram!

    Ana Cláudia era divorciada há mais de 15 anos e morava com o filho, Gustavo. Ela trabalhava em uma loja no centro de sua cidade e o filho, com 18 anos, ficava em casa sozinho todos os dias.
    Gustavo tinha um amigo, Marcos, que era para ele, um irmão. Tinham um laço muito forte, cujo rótulo da amizade era pouco. Definitivamente, eles tinham uma relação fraterna.
    Gustavo e Marcos dividiam tudo: escola, roupas, CDs, Playboys, amigos e até mulheres. Onde um estava, o outro estava atrás. A amizade estava acima de qualquer coisa, menos das suspeitas...

    Gustavo tinha um primo, Ezequiel, que tinha uma "namorada" e queria um lugar legal para "ficar mais a vontade com a garota". Ezequiel foi logo procurando Gustavo: "Pô, não tem como desenrolar a tua casa, não? A tua mãe nunca está lá, mesmo e tal...". Gustavo deixou. Dia e horário marcados, Ezequiel e a garota apareceram como o combinado e Gustavo saiu de casa.

    E assim foi. Uma vez. E outra. E mais outra. E mais uma... A casa de Gustavo virou o motel particular de Ezequiel. Gustavo, bom rapaz que era, não ligou e continuou sedendo espaço para as aventuras sexuais do primo com a namorada/objeto-sexual.

    Mas Gustavo não contava com um detalhe. O primo mão fechada, que usava sua casa para as transas, tinha um hábito muito... peculiar: assim que acabava de comer a garota, ele jogava a camisinha pela janela, atirando-a no quintal. E assim uma, duas, três, cetenas de vezes! Ezequial sofria de transtorno anti-higienico. O negócio dele era jogar a camisinha usada no quintal e fim de papo. Era quase um fetiche!

    Daí que a coisa ficou feia. O avô de Gustavo, Seu Cléber, um dia, caminhando pelo quintal de sua filha, Ana Cláudia, se deparou com o estoque de camisinhas usadas que o neto tinha em casa. Achou, como qualquer pessoa normal, um absurdo! Seu Cléber não conseguia digerir a cena. "Como? Mas esse meu neto nunca traz nenhuma menina aqui..."

    Pois é. Seu Cléber só conseguiu encontrar uma resposta para o que vira. Como Marcos ia visitar Gustavo todos os dias (antes de começar a orgia de Ezequiel, claro), ele encontrou uma única resposta para aquilo tudo. Uma resposta bastante trágica para um homem que já passou por quase tudo na vida, mas não esperava passar por aquilo: Gustavo estava comendo Marcos. "Amigos é o caralho!", pensou o velho. "Eles nunca me engaram! Eu sabia!".

    Seu Cléber não conseguia enxergar mais nenhuma hipótese. Aliás, enxergar o quê, pois, afinal, aparentemente, após cada visita que Marcos fazia a Gustavo, aparecia uma nova camisinha velha no quintal da família?!

    Depois de muito tempo lutando pela aceitação da "condição do neto", Seu Cléber chamou Ana Cláudia, que miraculosamente, assim como Gustavo, não percebera as camisinhas no quintal, para uma conversa: "Eu sei que a gente tem que amar os filhos do jeito que eles são, mas fala praqueles dois jogarem essas camisinhas no lixo, pelo menos, caramba! Ah, e diz também que eles nunca me enganaram! Nunca!!!"

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Déh