segunda-feira, 13 de julho de 2009

A queda

É... Azar pouco é bobagem. Eu hoje vou contar uma história que aconteceu comigo no dia 12 de Junho de 2008, vulgo dia dos namorados. Nessa data, a minha pessoa se encontrava com o status de solteira, mas esperava aproveitar essa condição da melhor forma possível na mesma noite. Doce ilusão.

Nesse dia, Nova Iguaçu estava sendo presenteada com uma linda manhã ensolarada, com pássaros a assobiarem, flores a desabrocharem... carros a businarem, pessoas a xingarem (Sim! E olha que eram 6 e pouca da matina), enfim, um tradicional começo de dia na terra das laranjas -literalmente.

Às seis da manhã, como todos os dias, eu acordei e comecei a me arrumar para ir à escola (detalhe importante: eu entro às sete).
Porém, contudo, entretanto, toda via e todas as outras palavras com esse mesmo significado, eu, em meu eterno dom de enrolar, acabei me atrasando. Saí de casa sete horas (Não se assute; isso é normal). Quando isso acontece, eu apelo para o glorioso segundo tempo da escola: sete e cinquenta! "Beleza, dá tempo.", pensei.

Dirigi meu lindo corpinho até o ponto de ônibus e pus-me a esperar. "
lálálálá".
O ônibus chegou -lotado, após uma pequena espera. Entrei, afinal eu já estava em cima da hora e não podia me dar ao luxo de esperar por outro vazio. Vale ressaltar que eu moro em um bairro de Nova Iguaçu bem próximo do centro e minha escola fica em um bairro após o centro. Em média, levaria uns 30 minutinhos: Dava tempo.

"Dá tempo", pensei no alge de minha inocente perda de memória. Na verdade, daria tempo de eu chegar na escola tranquilamente no horário previsto, SE NÃO FOSSE DIA DOS NAMORADOS, pois nessa época há a festa de Santo Antônio que toma conta das ruas e faz com que o trânsito fique caótico, atrasando ainda mais a vida de pessoas como eu!

Respirei fundo e esperei. Um minuto. Dois minutos. Três minutos. Odeio ficar dentro de um ônibus submerso no engarrafamento. Levantei, pedi ao motorista para abrir a porta e desci. Sim, desci. NO VIADUTO PRÓXIMO AO RESTAURANTE POPULAR, conhecido pela minha pessoa como "um lugar bem longe da minha escola". Caminhei. Caminhei e, quando eu cansei, descobri que ainda faltava chão pra C***. Mas sabe o que é pior? Ver o ônibus de que resolvi descer passar
ao meu lado, indo para onde eu deveria estar!

Respirei fundo mais uma vez e, para minha tortura, veio em minha mente as palavras de minha avó: "Você vai chegar atrasada e vai ter que voltar". Minha resposta: "Claro que não!". Agora me diga você, caro leitor, não são esse tipo de coisa que faz você querer se jogar em baixo daquele, sim, daquele ônibus maldito? A minha vontade foi essa. :)

Quem mora em Nova Iguaçu ou a visita com frequência, sabe que em um certo ponto da Via Light existem bares e afins. Um desses é o bar da Itaipava, cujo local tem como enfeite um belo e grandioso relógio. À essa altura, eu já estava exausta e querendo tacar o meu all star naqueles FDP* de passarinhos que cismavam em cantar no meu ouvido. Mantive a calma. Olhei para o imponente relógio e vi que já eram 07:40. Pensei: "Vou apertar ainda mais o passo porque eu acho que dá tempo, tomara que.... AHHH!!!!!!" me ouvi gritar. Sim, pessoa que deve estar sentindo pena -ou rindo- do meu azar, eu caí. Não apenas caí, como flutuei durante longos um segundo e meio no ar, fazendo gestos como se estivesse nadando no nada.

Agora, imagine você: 7:40 da manhã, dia dos namorados, atrasadérrima e ainda levo um tombo daqueles em plena Via Light! Praga de vó. Só pode! Como eu tropecei no vazio e caí do nada? De joelho? (Não sei como, mas a rua estava com pouquíssimas pessoas e carros).

-A queda:
Após ter demonstrado publicamente a minha precisão e equilíbrio sob a falha de uma calçada, nada mais justo que rir. Sim, rir! Eu quase caí de rir (sem nexo, né? Eu já estava no chão...)

Tudo bem. Caí, ri e levantei. Aí foi nessa hora que a graça foi embora. Quando eu levantei-me e limpei a minha calça na altura do joelho eu vi sangue na minha mão e, sem olhar para o meu joelhinho estabacado, eu pensei: "Eu caí de joelho. Eu estou de calça. Estou vendo sangue em minha mão após ter limpado a minha calça. Então... RASGUEI A PORRA DA MINHA CALÇA NOVA!!!! Aghrtt!!!!!!" Maravilha. Eu, em pleno dia dos namorados, a caminho da escola, caio na Via Light e vejo uma velhinha rindo de mim. "Vai fazer tricô, véia pelancuda!", pensei.
Nesse momento, eu olhei para a minha calça e caiu a ficha. Olha, nunca imaginei que eu era capaz de falar tanto palavrão. Aff!

Resolvi ligar para a minha mãe e pedi para que ela me esperasse (Pô, gente, mãe é mãe. Meu dia mal começou e já tava F**. Pelo menos um curativinho de mamãe eu queria... ;/). Ela me vira e fala: "Filha, tá muito machucada? Espera que eu vou te buscar...", preocupou-se a minha querida e idiota mãe. "Porra, mãe! Eu não acabei de falar que tá tudo engarrafado? Até você chegar a minha perna já apodreceu!!!" Desliguei e tomei o caminho da roça (não literalmente). Quando eu cheguei em casa (na volta foi rápido... merda, né?) encontro a minha mãe na calçada rindo de mim (eu estava mancando e com a perna da calça dobrada. Definitivamente, horrorosa!)

"KKKKK. Bem feito, eu não falei?!". Deboche de vó é a pior coisa!

Só sei que passei o dia enteiro com a perna enfachada (Minha mãe é a mais exagerada do mundo), vendo programação melosa na televisão e me perguntando se eu tinha feito alguma coisa pra Santo Antonio. Ah, não posso me esquecer. À tarde, não satisfeita com tamanha falta de sorte, resolvi ligar para a minha querida amiga Lorrane (vulgo, Loló), na espera de uma palavra de consolo:
"Alô, Loló, oi amiga!"
"Oi, Déh, porque você faltou hoje?" -ela me contou o dia lá na escola. Ódio! O dia foi perfeito!!! Contei o que houve e sabe o que ela disse? Sabe o que ela disse?
"Tá de sacanagem?!"
"Não. É a mais pura verdade...", lamentei.
Reação da pessoa: kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk (três horas e 41 minutos rindo da minha cara). Desliguei.

No dia seguinte, eu não tinha novidade alguma a contar. A Lorrane tinha se encarregado disso, ou seja, achando que eu fose encontrar uma palavra de consolo e ânimo de minha amiga, recebi risadas e zuação até do porteiro...

Déh.

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