sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Ódio GIGANTESCO

Tudo tem o seu preço. Tudo. Absolutamente TUDO. Inclusive - e talvez, principalmente, - comer. Mas não me refiro ao valor financeiro, mas sim no valor SOCIAL, MORAL, EDUCATIVO, CULTURAL e o caralho a quatro!

Tá, não faz sentido, mas vai fazer.
É que eu comi manga agora há pouco e meus dentes estão cheios de fiapos da fruta. E não, fio dental ainda não deu jeito na coisa. Mas é irritante, sabe? Aquelas linhasinhas grudadas lá, incovenientemente, infernizando o meu bem estar bucal. Não dá um ódio? Aliás, mais que ódio, não te faz pensar 452.368.4 vezes antes de chupar manga? Como pode, uma fruta tão deliciosa - ainda mais se estiver geladinha - causar tanto transtorno? Fico revoltada!

E não é só a manga que me deixa desconcertada, não. Cachorro quente, por exemplo, é outra comidinha que me tira do sério. Cara, sinceramente, não sei se eu sou uma criança pr'esse tipo de coisa, ou se a Lei de Murph gosta de me sacanear e sempre me fazer ficar IMUNDA de molho, batatas, ervilhas...

Só sei que é muita revolta pr'uma* pessoa só. Vou nessa.

*Adorei esse negócio de abreviar tudo com apóstrofos. Beijo, me siga. No twitter.

sábado, 22 de janeiro de 2011


A minha relação com Nova Iguaçu é de outros carnavais.
Quando eu era pequena, meu pai me convidava para passeios de bicicleta e nós passávamos a tarde toda pedalando devagar, sem um lugar certo pra onde ir. As nossas conversas eram sem palavras, apenas com imagens: as da cidade.

É engraçado com eu pude perceber a mudança, ora lenta, ora repentina, de Nova Iguaçu. Eu que sempre circulei por este território, acabei desenvolvendo uma mania de imaginar porque as coisas são daquele jeito, quem são as pessoas de rostos variados que via pelo caminho. Nesse meio tempo eu fui imbuída pelo espírito de repórter. Rsrs.

A cidade me atiça. As pessoas me atiçam. Eu olho pra elas com um olhar de curiosidade e até mesmo de contemplação. Pode até ser uma característica da profissão, mas acho que e o que se sobressai é o meu sentimento de pertencimento a este lugar.

Há tempos eu venho retratando a cidade e seus personagens, que não são melhores nem piores dos de nenhum outro lugar, mas seguem o clichê do “apenas diferentes”. E são mesmo. São peculiares pelo seu estilo de vida, pelo cotidiano de uma cidade que vem se desenvolvendo, pelas pessoas que lutam para abandonar a face “baixa” que se impregnou há anos. É peculiar pela sua belíssima história, pelos seus lindos muros, pela sua cultura e entretenimento, sua natureza, seu modo de vestir e agir. É peculiar pelos rostos que choram na porta de hospitais lotados, pelas ruas ainda esburacadas, pelo crime que assombra cidadãos de bens. Mas é a minha cidade e eu falo dela com  muita propriedade. Olho para as pessoas e enxergo um poço de histórias a serem contadas e logo, eu as reproduzo para o mundo.

Hoje o centro está voltando seus olhos e ouvidos para as margens. O centro vira periferia e a periferia vira centro. Mas eu acredito que a voz da periferia tem que partir dela mesmo, que conhece como a palma de sua mão o lugar de onde vem.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Você pode ajudar?

Foto: O Globo
Em momentos como o que a Região Serrana enfrenta, é que percebemos o quanto a vida é delicada e frágil.

Hoje, eu reclamei pela forma com que falaram comigo, pelo meu chinelo fora do lugar, pelo ventilador que é fraco pra esse calor todo, pelo meu namorado que não almoçou comigo, pela Coca-Cola sem gelo. Enfim, eu reclamei por motivos bestas e esqueci de agradecer por simplesmente estar viva. Esqueci que eu deveria ser muito grata a tudo isso que me aconteceu, porque é prova da minha existência e do pertencimento que eu tenho sobre as pessoas, objetos e sentimentos.

Eu sei que você também passou por isso de alguma forma, dando muito mais ressalva do que a situação merecia. Mas o que se pode fazer quando falamos sobre humanos, que erram, que ignoram, que não enxergam... Somos todos assim.

Mas não podemos nos prender a este sentimento individualista que nos é entranhado. Precisamos ser humanos no sentido da solidariedade, de fazer da dor do outro a nossa dor, de sentir a tristeza pela perda que o outro está sentindo, porque na verdade “o outro” nos é semelhante, é igual a qualquer um de nós, pela nossa humanidade.

Sendo assim, eu apenas venho reforçar a campanha que minha amiga vem fazendo: doe. uma roupa, um sapato, um sabonete... Doe seu sangue, seu tempo, sua oração. Apenas não pense que existem milhões de outras pessoas que podem doar no seu lugar. Acredite que o seu simples gesto pode mudar a vida de alguém.

A notícia que tenho é que os sobreviventes necessitam de água, leite em pó, velas, fraldas e produtos de higiene (sabonetes, esponjas, pastas e escovas de dentes, absorventes...), toalhas e sangue para os feridos.

Onde doar:
Em Nova Iguaçu você pode doar no Corpo de Bombeiros, na Cruz Vermelha, no Movimento Enraizados e na Paróquia São Francisco de Assis ( os últimos, em Comendador Soares). Acredito que hajam mais locais para doações que eu desconheço, portanto, procure um local ou crie o seu próprio.

 Agradeço de todo coração. Deus abençoe a todos nós.

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Veja mais fotos aqui.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

domingo, 9 de janeiro de 2011

Lembrancinhas do verão

Eu lembro com muito gosto dos meus infantis verões. É engraçado como a estação mais feliz dos meus tempos de criança é alvo das minhas maiores reclamações hoje em dia. 

Quando eu era pequena, acordava sedenta por sol forte e a água cristalina da minha piscina de plástico que minha mãe comprava para eu me entreter e dar um pouco de sossego à minha vó, que não aguentava ter que ficar berrando na rua "porque a Jéssica era um terror!". Acordava, mal tomava um Nescau e pulava direto naquela água maravilhosa, que projetava sombras de ondas no muro de meu quintal. Às vezes alguma coleguinha ia me visitar, mas eu gostava mesmo era de brincar sozinha, com as minhas panelinhas - e em algumas ocasiões, com as da minha mãe -, meus brinquedinhos de piscina e até mesmo com roupas velhas. Ah, como eu tinha imaginação! Isso mostra como desde pequena eu  gosto de me virar sozinha, sem ter que dividir as minhas ideias e ter que me submeter à vontade dos outros - coisa que eu venho mudando, graças à Deus!

Lembro, ainda, do meu sentimento de desalento quando chovia em algum afinal de semana e eu ficava à toa, sem nada pra fazer.
Mas isso mudou. Hoje eu prefiro o inverno.Não gosto desse calor, desse sol forte na minha moleira, me fazendo suar feito uma porca... prefiro o conforto de meus casacos em tardes de inverno, embora de vez em nunca eu curta pegar uma praia e dar um mergulho na piscina.

Eu acho que essa mudança de gostos se deu ao fato de eu ter começado a estudar em escola pública, e as minhas tardes na piscina deram lugar às viagens de ônibus em pleno meio-dia. Aí não era fácil: calça jeans e busão lotado. Combinação aterrorizadora! Não via a hora do inverno chegar...

É engraçado como a gente muda, né? Quem nós fomos um dia, já não somos mais. Nossos gostos, manias e hábitos mudaram com o passar do tempo. Hoje, eu não sou mais a menininha que adorava nadar na minha piscininha de 2 mil litros, imaginando ser uma sereia no oceano. Pra mim, uma sala com ar condicionado é bem mais convidativa, me rendendo raramente à minha antiga atividade de verão.

O que eu serei daqui a uns anos?

sábado, 8 de janeiro de 2011

Mas que meias são essas?!

Gente, eu tô pra falar isso aqui há um tempão, mas graças à minha maravilhosa memória, eu esqueci, claro. Suponho que você consiga advinhar qual é o assunto só de olhar pra foto, não precisando de título, tampouco de texto, mas vamos lá: que meias são essas, queridas?

Digo "queridas" porque a mulherada tá que tá quando o assunto é academia. Tudo que é mulher vai malhar hoje em dia com aquela meiona que vai até o joelho e se une à calça, que fica mais linda ainda quando é colorida e estampada - ironia mode on.

Mas tudo bem, gosto é gosto e quem sou eu pra criticar. Essa pode ser a marca da década de 2010, sei lá. Com certeza muita gente foi criticada pelas modas que se passaram, sendo assim, eu posso muito bem ser a "errada da história". Mas acontece que eu só queria saber PORQUÊ? Porquê aquela meia tão grande? Ela tem alguma função? Na boa, tem que ter! Elas são, sei lá, indicadas pelo Dr. Ray? "Meias 'Dr. Ray': tonificam, enrigessem e livram suas pernas da má circulação!! Adquira já na POLISHOP!" Na verdade eu nem sei se esse tal vende seus produtos pela Polishop; o que eu quero saber é o motivo de se usar essas meionas de jogador de futebol, pôxa!

E sabe de uma coisa? Essa história de "meia para malhação"  me lembrou de um episódio que aconteceu ha dois anos atrás, no show do NX Zero que eu fui com o Giu e a Sannah e mais um monte de gente. Vou contar:

Cansados de perambular e de assistir N bandas, nos sentamos bem no pátio da quadra da Beija-Flor, onde foi o show. Aí um primo meu - cujo nome vou preservar - se sentou bem do nosso lado. Papo vai, papo vem, o Giuseppe e Hosana dizem "caraca, essas meias até a canela são ridículas!". "Pois é. Não sei que ideia é essa que esses moleques têm de puxar a meia até a essa altura". Pra ser sincera, só soube dessa história depois que meu primo se lebantou e se foi. Motivo? Quando eles olharam pro lado, tava lá o pobrezinho com seu par de meias láaaa em cimaaa... tadinho. Preciso nem dizer que ele ficou todo constrangido, né? Mas a  culpa não é minha - nem deles - de o cara usar aquelas meionas desnecessárias, né? 

Enfim. Eu não entendo mais nada. Na minha cabeça, essa meia deveria ser usada "fofinha!", não esse negócio cumpridão que deve ser desconfortável e gerador de um suor fora de série. Eu com certeza usaria um par de meias coloridos "fofos" com aquelas bermudinhas em homenaem aos saudosos anos 90, mas esse meião esticado? Não, obrigado.


segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Feliz Ano Novo?

No dia 31 eu fui à missa me despedir de 2010 e saudar 2011. Ai, né, aquela coisa de missa normal e tal, muito linda, muito fofa e o final, dando o derradeiro* abraço do ano nos amigos, eis que o Charles me diz: "é idiota desejar 'feliz ano novo'. Você acha que a pessoa vai ser realmente feliz durante os 365 dias de 2011?!" 
Não, não acho. E começo dizendo que o ano só é "novo" por pouco tempo; depois vira apenas dias amontoados e corridos. Mas quer saber? Desejo Feliz Ano Novo com o toda vontade e eu vou dizer o porquê, só que antes, eu quero deixar claro que eu não escrevo isso como quem quer "desafiar" ou "agredir" esse amigo. Escrevo apenas mostrando o meu humilde ponto de vista, que é o seguinte:

Durante 2010, eu não faço ideia de quantas vezes eu chorei e me senti o verme do cocô do cavalo do bandido - pra tu ver como o bicho pegou! Muitas coisas ruins, infelizmente, aconteceram: meu pai e o Giu deram um baita susto na gente, eu briguei com pessoas que eu amo muito, perdi amizades, me estressei por N motivos, tive probleminhas de saúde, meus amigos e familiares também... enfim. Contabilizar tudo o que aconteceu de triste em 2010 tomaria muito tempo e muitas linhas dessa postagem e no final eu sei que não valeria a pena escrevê-las. Entretanto, encho a boca pra dizer que 2010 foi um ano maravilhoso! Dá pra entender?

No ano passado - ainda é estranho falar assim, né? - eu conheci muita gente legal, fiz novos e ótimos amigos, consegui manter os velhos e bons, completei dois anos de namoro, comemorei os 80 anos da minha vó, desenvolvi um trabalho bem satisfatório com os jovens da minha igreja, fiz uma puta rede profissional, consegui um emprego bacana, viajei para Pernambuco - o que engloba andar de avião pela primeira vez, conhecer Olinda, Recife e Porto de Galinhas, ficar um pouco longe das mãos protetoras da minha mãe, conhecer artistas incríveis...

Enfim... o que quero dizer é que não, não se pode viver feliz durante os 365 dias do ano, mas é muito bom olhar pra trás e ver que o "copo esteve meio cheio", saca? E eu só cheguei nessa conclusão há alguns dias atrás, quando eu disse "2010 foi foda!" e comecei a fazer a minha retrospectiva pessoal. Foi ali que eu vi "putz, eu me dei mal um monte de vezes", mas fiquei explodindo de alegria quando percebi que os momentos ruis não foram as primeiras coisas que vieram na minha cabeça, mas sim os instantes felizes, que me deixaram deslumbrada com a vida e suas surpresas, que me fizeram sorrir, que me fizeram e que, graças a Deus, me fazem uma pessoa feliz, mesmo quando não estou alegre.

Com todo meu coração e com toda a sinceridade que há nele, não desejo um "Feliz Ano Novo". Desejo um feliz 2011. Até o seu último segundinho. Mas mais que isso, desejo que quando você brindar ao ano que nasce á sua frente no próximo reveillón e comece a lembrar de tudo o que viveu durante o ano, que se lembre das coisas boas antes de lembrar das ruins e que diga "2011 foi foda!", independente de tudo o que te feriu, te magoou, te fez sofrer e lhe causou dores.
Independente dos momentos alegres, espero que sejamos todos muito felizes.