Prefeito é recebido com carinho pela população durante Ação Social nos Bairros
por Jéssica de Oliveira / fotos de Mariane Dias
Um dos maiores fenômenos de popularidade da política contemporânea, o prefeito Lindberg Farias sempre arrasta um pequena multidão por onde passa. Não foi diferente na última sexta-feira, quando deu uma passada de pouco mais de uma hora no evento de Ação Social nos Bairros, que abriu as comemorações do Dia do Trabalhador em Nova Iguaçu.
O Ação Social nos Bairros é um programa da Secretaria Municipal de Ação Social e Prevenção da Violência (Semaspv), que semanalmente percorre cada uma das URGs da cidade a fim de ajudar a população mais carente a tirar documentos, fazer exames de saúde e cortar cabelos. Esse programa já atendeu cerca de 200 mil pessoas.
Desde sua chegada, às 11h25, o prefeito foi cercado por um grande número de pessoas. Cada uma delas tinha um pedido a fazer. Umas queriam empregos, outras faziam cobranças de obras públicas em seu bairro e, pasmem, um morador de rua pediu para ser preso. Mais uma vez, Lindberg Farias esbanjou simpatia e atenção enquanto distribuia sorrisos e abraços para a população.
O morador de rua se chama José Couto Prexedes, tem 64 anos e é mineiro, da cidade de Carangola. "Prefeito, eu quero ir para a cadeia porque estou cansado de morar na rua", disse ele, que está há mais de quatro anos sem um lar. Nesse período, ele já passou por Itaguaí, Santa Cruz, Angra dos Reis e atualmente está na Posse. "Minha família me abandonou e agora eu tenho que catar papelão para sobreviver", contou José Prexedes, para quem pior do que a solidão é a explosiva mistura de intransigência e violência da população. "De vez em quando sou acordado com as pessoas me espancando", desabafou, mostrando a perna machucada pelas agressões.
Bonito e simpático
Comovido com o pedido insólito, o prefeito acompanhou o catador de papelão até os assistentes sociais presentes ao evento. "Levem ele para um abrigo", determinou o prefeito, colocando em prática o que para ele é uma questão de princípio. "Eu tenho que ser atencioso com todos e principalmente sincero, não prometendo o que não posso cumprir."
Noventa e nove por cento dos pedidos feitos por homens ao prefeito são de emprego, mas as mulheres e principalmente as crianças têm interesses menos pragmáticos. Esse foi o caso da estudante Paloma de Almeida, de 14 anos, que insistia em tirar uma foto com o prefeito. "Eu acho ele muito bonito e simpático!"
Lindberg também teve que fazer pose de carateca com os atletas do projeto Luta pela paz, com que a Semaspv introduz os jovens no mundo da hierarquia e da disciplina fazendo uso dos princípios das artes marciais. "Prefeito tem que fazer de tudo", brinca.
Após quatro tentativas para ir embora, o prefeito se retirou às 12h45, mas, mesmo na rua, ele foi cercado por moradores armados de pedidos de favores. Mas dessa vez ele sorriu de um modo diferente, ao perceber que estava sendo seguido pelO vendedor de doces Márcio dos Santos, de 18 anos, um morador de Belford Roxo que diariamente vende suas mercadorias nas imediações da Prefeitura Municipal de Nova Iguaçu. "Minha casa está cai, não cai", disse o ambulante.
Minha casa, minha vida
Lindberg encaminhou o ambulante Márcio dos Santos para o "Minha casa, minha vida", um projeto de financiamento de moradias populares com que o governo o Lula pretende construir um milhão de casas até o fim do seu governo. "Você tem grandes chances de ser beneficiado", disse o prefeito.
Na saída, Lindberg Farias fez um balanço otimista da festa para os trabalhadores. "É muito bom ver que estão todos aprovando", disse. Mas fez questão de deixar claro que não é um adepto da política de pão e circo, com a qual os políticos vêm tentando ludibriar o povo pobre desde a Roma Antiga. "O trabalhador que ajuda a construir nossa cidade está ganhando mais que um show ou uma ação social", explicou. "Ele está tendo o prazer de ver seu filho ingressar nas universidades públicas por intermédio de programas sociais de nosso governo, como os pré-vestibulares.O jovem, filho daquele homem que trabalha de janeiro a janeiro e que constrói essa cidade a cada dia, está tendo várias oportunidades de educação e de se profissionalizar.”
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